Não é preciso adotar um novo estilo alimentar com radicalismo, explica especialista

14/6/2016        

 

O EQUILÍBRIO É IMPORTANTE NA TRANSIÇÃO DE DIETA CONVENCIONAL PARA A ALIMENTAÇÃO VIVA

 
Mudar radicalmente um estilo de vida não está de fato errado, mas por se tratar de um processo que requererá tantas mudanças, o ideal é que sejam dados pequenos passos em rumo dessa mudança de hábitos.
 
A chef especialista na culinária viva, Juliana Malhardes, explica que ela mesma adotou em seu meio familiar, hábitos alimentares não estritamente baseados em alimentação viva (com predominância de alimentos crus). A especialista no início de sua trajetória não admitia que a família não seguisse a dieta viva, mas percebeu aos poucos, inclusive com a vivência com seus alunos, que cada pessoa tem o seu tempo para transição. 
 
“Antes eu achava que se eu contasse para as pessoas que a minha vida não era mais uma vida estritamente viva, ou que minha casa não era mais estritamente viva, que eu ia perder o ibope das minhas alunas, achei que deixaria de ser aquele modelo de força no qual se espelhavam. E aí foi justamente o contrário, em vez disso acontecer, elas se sentiram muito aliviadas, porque eu passei a ter uma realidade mais próxima da realidade delas e elas se sentiam mais à vontade para falar sobre as misturas da comida viva com a comida convencional”, relata.
 
O artigo Going Raw: como fazer a transição para a alimentação viva, explica que quando alguém inicia na alimentação crua, desejará mudanças radicais, por conta dos inúmeros benefícios sentidos. Mas ainda assim, há alguns passos fáceis que são sugeridos a fim de tornar esse tipo de dieta realmente um estilo de vida. Smothies costumam ser indicados, podem unir frutas, vegetais e até mesmo brotos, nada mais é do que um creme que concentra as fibras desses alimentos, smothies podem abrir a dieta no café da manhã ou até mesmo compor o jantar. As saladas podem ser montadas com criatividade, podem incluir grãos germinados, sementes hidratadas, molhos naturais e saborosos. O ideal é que a pessoa consiga comer pelo menos 80% de alimentos crus na dieta.
 
A chef Juliana Malhardes depois de muito tempo praticando a alimentação estritamente crua, em suas aulas adotou a união dos alimentos crus com os alimentos cozidos, o que ela acredita compor uma culinária muito saudável, porém mais acolhedora, principalmente para quem está iniciando na alimentação viva:
 
“Autores de referência geralmente apoiam uma dieta 80% viva e 20% de alimentos cozidos, não processados, e como manter na dieta 75% de alimentos vivos? Parece que é um bicho de sete cabeças e não é, por quê? Porque a disposição depois que você começa, o bem-estar que se adquire e a alegria que a comida viva te traz é algo viciante e chegar a 100% ou não é uma escolha pessoal. Mas o fato é que a pessoa começa a gostar muito de viver isso.”
 
O artigo 6 Benefícios à Saúde Surpreendentes da Dieta de Alimentos Crus, destaca que dentre os principais benefícios de seguir essa dieta estão: a proteção contra doenças cancerígenas; o combate à anemia; o fortalecimento do sistema imunológico; fim do excesso de peso que pode causar doenças; redução do risco de doenças crônicas e melhora da aparência da pele e aumento de energia corporal.
 
A educadora em alimentação viva explica que as pessoas ao adotarem uma dieta saudável percebem que viver sem doença não é necessariamente viver com saúde, porque passam a experimentar uma qualidade de vida e saúde que jamais poderiam imaginar alcançar:
 
“O objetivo não é que você se torne 100% crudívoro, que só se alimente de alimentos crus, vivos, você não fará uma mudança da noite para o dia. A única doutrina é pensar que alimentos vivos serão consumidos todos os dias, porque quando você faz isso, quanto mais alimentos vivos você come, menos alimento processado e que adoece você vai comer, o alimento vivo entra pela porta da frente e o alimento processado sai pela porta dos fundos.”
 
A especialista acrescenta que a abordagem de culinária viva que propõe não é como uma espécie de dogma alimentar, como era quando ingressou nesse estilo de vida. A chef relata que quando se perguntava para um educador em alimentação viva há anos atrás sobre quanto de alimento vivo teria de comer, a resposta era “qual o percentual de vida que você quer ter?”, como uma espécie de imposição de um radicalismo na dieta que nem todas as pessoas estavam preparadas para viver.
 
O mais importante é que as pessoas pensem com consciência naquilo que têm comido e se é um estilo de vida que realmente lhes faz bem. Caso não faça, vale procurar a ajuda de um educador em alimentação viva e procurar realizar alguns ajustes que possibilitem a conquista de mais saúde.
 
 
 
 
Juliana Malhardes – Chef especialista na culinária viva há 10 anos. Educadora em Alimentação Viva, formada pelo Terapia/Fiocruz
 
Culinária Viva – Por Juliana Malhardes: www.culinariaviva.com
 
Fanpage: www.facebook.com/CulinariaViva
 
 
 
 
 
Fontes
 
Going Raw: como fazer a transição para a alimentação viva. Alimentação Viva e Sustentável: alimentacaoviva.blogspot.com.br/2008/11/going-raw-como-fazer-transio-para.html
 
6 Amazing Health Benefits of the Raw Foods Diet. (6 Benefícios à Saúde Surpreendentes da Dieta de Alimentos Crus). Nutrition Secrets: www.nutritionsecrets.com/raw-foods-diet
 
 
 
 
 



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