Saiba como as lembranças podem afetar a vida do seu filho

2/6/2016        

Entenda o que são as âncoras emocionais na PNL e aplique o conhecimento para educá-los

 
Lembranças do passado sejam boas ou ruins sempre costumam deixar uma marca em nossas vidas. Quando falamos da educação infantil e o lidar com as crianças no dia a dia as denominadas âncoras possuem um papel importante, ter consciência desse tipo de comportamento ajuda a evitar complicações futuras. 
 
Mas afinal, o que são âncoras emocionais? Um conceito aplicado na Programação Neurolinguística (PNL) criado pelo médico e psicólogo Ivan Pavlov. O pesquisador percebeu que ao tocar a campainha (gesto que costumava fazer para dar comida aos cães) deixava os animais eufóricos e até salivando à espera do petisco, mesmo que a campainha fosse tocada em outros momentos. Logo, associou esse hábito dos animais ao estimulo/reação, estímulo ligado ao ambiente e a associação ao comportamento. 
 
A PNL trouxe uma visão mais ampla a partir da teoria de Pavlov expandindo outras reações que são: visuais, sinestésicas e auditivas. Uma situação externa que traz lembranças internas, como a imagem recordada, o cheiro do bolo de fubá da vó, a música tocada no dia do encontro especial, todos esses episódios são considerados âncoras que serão associadas de alguma forma no dia a dia. Portanto, cabe aí obter âncoras positivas na educação das crianças. Mas como?
 

Âncoras negativas na educação infantil

 
A terapeuta comportamental, Sandra Nakkoud, explica que as âncoras criadas na infância  são praticadas de forma inconsciente e podem ser prejudiciais para a saúde emocional. Como exemplo cita a hora de punir a criança colocando-a de castigo: 
 
“Nunca deixe o filho de castigo no quarto onde dorme. Isso vai se transformar em âncora, todas as vezes que a criança entrar no quartinho um lugar que deve ser de paz para dormir ela irá lembrar que é o ambiente delegado para a punição”, alerta.
 
De acordo com a coach esse é um comportamento típico de pais, educadores e babás, mas recomenda deixar essa criança num ambiente qualquer da casa que não esteja associado com brincadeiras no dia a dia e situações confortantes. “Deixa ela no cantinho e lembre-se sempre dos minutinhos, tudo conforme a idade: 5 aninhos, cinco minutinhos, 3 aninhos, três minutos, pois para uma criança cinco minutos é eterno, ela não tem noção de tempo”, recomenda. 
 

 Âncora da alimentação

 
A terapeuta conta que a filha quando vai fazer uma visita à avó costuma aproveitar e comer doces à vontade, pois a vó faz questão de oferecer e agradar a criança. “Oriento a minha mãe a não encher ela de doce, pois a casa dela em Campo Grande pode se tornar uma âncora de doces para minha filha. Isso pode causar o consumo compulsivo por doce por querer a presença da avó ou sentir saudades”, comenta. 
 
Quando auxilia pessoas a perder peso ou com alguma compulsão alimentar a coach procura encontrar de onde vem esse estímulo e qual situação vivida estimula a ancoragem. “Precisamos trazer para o consciente que alimento nenhum trará pessoas de volta. Portanto, utilizo técnicas terapêuticas para que a paciente consiga comer o alimento sem nenhum tipo de associação emocional que pode estar ligada à compulsão”, completa. 
 

Pais também devem proporcionar lazer

 

De acordo com a especialista em comportamento existem dois tipos de mães, sendo a mãe tarefa e a mãe responsabilidade. Ambas delegam obrigações no dia a dia, como fazer a lição de casa, arrumar a cama, tomar banho, realizar inúmeros favores, etc. Mas além de apontar os necessários compromissos na vida da criança os pais devem ser associados com situações leves e de divertimento por meio de uma ancoragem positiva:
 
“O tempo para o lazer será lembrado entre as crianças, pois elas crescem. Lembre-se sempre desses detalhes, o que vivemos na infância não fica na infância, se você puder salvar uma criança já estará fazendo algo pelo mundo”, incentiva. 
 
Prisões inconscientes que enfraquecem a força que habita dentro de cada um. Veja a história do elefante circense contada pela terapeuta: 
 
“O elefante ainda pequeninho era amarrado numa corda e ficava ali parado e obediente. O animal foi crescendo, crescendo, naquela redoma, sob os mesmos hábitos e cuidados, só que ele não percebia o quanto que  já estava se tornando um adulto, mas a cordinha e o toquinho eram os mesmos. E o que acontecia? Já cheguei a presenciar o elefante grande no circo, adulto, amarrado ao toquinho. Quantos de nós ainda não nos sentimos amarrados ao toquinho lá do passado?...”.  
 
No livro Crianças Felizes, você feliz a autora Sue Beever apresenta inúmeras dicas de inserir técnicas da PNL para ajudar nos incidentes comuns que ocorrem no convívio entre pais e filhos com uma pitada de amor e muita inteligência emocional. 

 
Referências:

Golfinho: http://golfinho.com.br/artigo/ancoragem.htm

 
Sandra Nakkoud, Terapeuta, Mestre em comportamento humano
Hipnóloga e Coach (Palestra CONAPNL)



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