A separação de um casal é ainda mais dolorosa para a criança ou adolescente

17/8/2016        

 

COMPREENDA MAIS SOBRE QUESTÕES EM TORNO DA ALIENAÇÃO PARENTAL


Na maioria dos casos, a separação do casal acaba recaindo sobre os filhos. Antes do processo de separação em si, os pais costumam se desentender na frente de seus filhos, o que vai gerando na criança ou adolescente, transtornos emocionais importantes.
 
De acordo com o artigo O que é a Alienação Parental, é explicado que os casos mais frequentes de síndrome de alienação parental (SAP), se relacionam com processos de separação em que uma das partes (pai ou mãe) possui uma forte tendência vingativa. Ocorre uma fase de destruição e de desmoralização que não fere apenas o casal que está se separando, mas fere principalmente os filhos.
 
O pediatra e presidente da Academia Brasileira de Pediatria, José Martins Filho, esclarece sobre a importância que um pai e uma mãe exercem no desenvolvimento da criança, a mãe é a genitora fundamental por conta do carinho, proteção e atenção e o pai além do carinho e proteção, é aquele que possui grande participação na formação da personalidade da criança:
 
“Trabalhos recentes mostram fatores interessantes como de quem as crianças gostam mais, é claro que é relativo, mas muitas crianças, por exemplo, preferem brincar com o pai, porque a brincadeira do pai é menos super protetora, mais arriscada, livre.”
 
O especialista também destaca que de acordo com o contato que teve com um trabalho científico, se deparou com a informação de que meninas que não tiveram o pai presente na infância, costumam ter puberdade mais cedo e às vezes, experiências sexuais mais precoces: “Como se a falta do elemento masculino na sua vida, determinasse uma modificação no seu desenvolvimento, puberdade e nas suas relações  futuras com as outras pessoas”.
 
O mesmo artigo O que é a Alienação Parental, esclarece que a criança que sofre alienação pode apresentar uma raiva constante contra o genitor (pai ou mãe), pode se recusar a dar atenção, a visitar ou a entrar em contato com o outro genitor. Além disso, a criança ou adolescente pode guardar sentimentos negativos em relação ao outro genitor, na maioria dos casos, são acusações exageradas ou desprovidas de verdade.
 
O pediatra José Martins Filho, ressalta que é importante para a criança a busca pelo outro lado, pelo contato com o outro genitor (pai ou mãe), o que é fundamental para o desenvolvimento de sua personalidade.
 
“Houve um caso que acompanhei de uma menina que não conseguia ver o pai, o pai tentava ver a filha, mas a mãe impedia. Há um caso relatado em trabalho científico de uma mãe que chegou a dizer para a filha “você quer ver seu pai? Então vamos ao shopping encontrar seu pai”, mas o pai não sabia e obviamente não ia ao encontro da criança, então a mãe apenas disse para a criança ‘viu, seu pai não veio, não deu bola para você, não gosta de você’”, relata o especialista.
 
O pediatra acrescenta que quando alguém faz algo do tipo para ferir o outro, na verdade está ferindo a criança, o que trará prejuízos ao desenvolvimento psicológico e emocional do filho(a):
 
“Nós ainda não resolvemos a questão da idade moderna, nós ainda não resolvemos a questão de como vai evoluir o casamento, de como evoluirão as relações familiares, de como as famílias serão no futuro.”
 
O especialista e escritor do livro Quem cuidará das crianças? teme o futuro em relação à infância, isso porque as pessoas se separam muito cedo, trabalham precocemente e as crianças vão para a creche muito cedo: “Será que é isso que já está acontecendo em nossa sociedade que vem de algumas décadas, que tem feito com que o afeto, carinho, atenção, entre outras, qualidades importantes, percam a força?”.
 
O pediatra destaca que quem não é amado na infância terá muita dificuldade para aprender a amar depois e que aqueles que não foram amados, que sofreram maus tratos na infância, tendem a ter uma personalidade mais agressiva e o pior, tendem na vida adulta, a ter uma família desestruturada, repetindo a história dos pais.
 
“A luta em relação à alienação parental existe, existem associações de combate à alienação parental, existem muitos grupos trabalhando com isso, felizmente a área jurídica começa a se interessar mais pelo assunto. A gente começa a ter uma visão nova, não só médica e psicológica, mas jurídica também, sobre a necessidade de combater a alienação parental”, explica o especialista.
 
Em caso de ruptura de casamento, é fundamental pensar nos filhos, pensar que não tem sentido algum provocar nas crianças ainda mais sofrimento do que ela já enfrentará por conta da separação. Lutar pela integridade emocional da criança deve ser a prioridade.
 

 
 
 
Dr. José Martins Filho – Pediatra e Presidente da Academia Brasileira de Pediatria
Site: pediatrajosemartinsfilho.wordpress.com

 
 
Fontes
 
Congresso de Alimentação e Hábitos Saudáveis na Infância.
 
O que é a Alienação Parental. Síndrome da Alienação Parental (SAP): www.alienacaoparental.com.br/o-que-e



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