O otorrinolaringologista Renato Bittar explica que os problemas de audição são muito prevalentes na sociedade, variando muito de acordo com faixa etária, questões socioeconômicas e tipo de atividade profissional. “Perdas auditivas podem ocorrer de forma súbita ou mais frequentemente de maneira insidiosa, o que muitas vezes pode levar a um atraso no diagnóstico”, esclarece o especialista.
“Pode-se suspeitar de perdas auditivas quando a pessoa exige repetições frequentes das frases, têm dificuldade em entender conversas envolvendo mais de 2 pessoas, dificuldade para ouvir em ambientes ruidosos, como conferências, restaurantes, shoppings, ou salas de reuniões lotadas, necessidade de colocar a televisão ou rádio ligados em volume elevado, apresente zumbido nos ouvidos ou tenha a necessidade de leitura labial”.
Além disso, o médico explica que é importante lembrar outros fatores como história familiar de perda auditiva, ter feito ou fazer uso de medicamentos que podem prejudicar o sistema auditivo (drogas ototóxicas), infecções de ouvido, exposição a sons muito altos durante um longo período ou em caso de algum trauma acústico.
Bittar recomenda que o otorrino seja consultado sempre que exista a suspeita de perda auditiva para a correta investigação e orientações adequadas. “Muitas vezes a suspeita pode não se confirmar e a pessoa ter uma audição normal, outras vezes a queixa pode advir de situações de simples resolução, por exemplo, acúmulo de cerume no conduto auditivo. Porém, alguns casos demandam investigação e tratamentos especializados”.
Fatores que podem prejudicar a audição:
Ainda de acordo com o especialista, as pessoas expostas a níveis continuamente altos de ruído apresentam, inicialmente, sintomas de um quadro denominado fadiga auditiva, que causa a sensação de orelha tapada e outros sintomas funcionais com zumbido, dor de cabeça, problemas do sono e do humor. “A medida que a exposição persiste ocorre um dano mais severo e definitivo à cóclea, com piora do zumbido e da acuidade auditiva. A surdez nestes casos evolui de forma lenta e insidiosa, tornando-se clinicamente evidente geralmente após alguns meses ou anos”, alerta o médico.
O médico também chama atenção para alguns cuidados caseiros que podem prejudicar a nossa audição como o uso de hastes flexíveis com algodão na ponta (os famosos cotonetes), que podem levar ao acúmulo de cera e até a perfuração do tímpano. “Além disso, não raramente, vemos no consultório pessoas que fazem uso de terapias caseiras que podem ser extremamente prejudiciais, como aplicação de óleos quentes, chás e outras substâncias nas orelhas sem orientação médica”.
Renato Fortes Bittar
Otorrinolaringologista, Especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial.
Fontes:
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia – ABORL
https://deficienciaauditiva.com.br/