De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai), cerca de 40 milhões de brasileiros sofrem de rinite alérgica. Entre eles, 26% são crianças e 30% são adolescentes. A queda das temperaturas e o tempo seco, característicos dos meses de junho e julho, são agravantes para as crises, que são acompanhadas de sintomas como coceira, espirros, obstrução nasal e coriza.
Existem vários tipos de rinite, como a vasomotora, irritativa e a medicamentosa. No entanto, a forma mais comum é a rinite alérgica, que é uma reação imunológica causada pelo contato de agentes alérgenos com a mucosa que reveste o nariz.
A alergista e imunologista Priscilla Filippo explica que a alergia é uma reação exagerada do sistema imunológico à determinada substância, conhecida como alérgeno, ou seja, quem tem rinite alérgica, reage de forma exagerada à exposição a um alérgeno, como poeira, pelos de animais, cheiros fortes, pólen ou ácaro. Em contato com esses alérgenos, a mucosa do nariz inflama e incha, o que ocasiona os sintomas de coceira, espirros, secreção nasal e entupimento do nariz.
A médica explica que as crises de rinite alérgica podem ser facilmente confundidas com os sintomas de um resfriado comum. Contudo, alguns sintomas adicionais devem ser considerados como febre baixa, mal estar, dor no corpo, dor de cabeça, dor na garganta, tosse e diminuição do apetite, que não são comuns em uma rinite. Além disso, a especialista explica que é importante estar atento a intensidade e duração dos sintomas. Para um diagnóstico preciso, é importante procurar um médico especialista que irá realizar os exames adequados e indicar o tratamento adequado, se necessário.
“O diagnóstico é feito pela história clínica, exame físico e pode ser realizado o teste cutâneo de leitura imediata (“teste alérgico”) para inalantes (barata, epitélio de animais, fungos, ácaros) ou exame de sangue (avaliando a Imunoglobulina)”.
Como prevenir as crises?
A rinite alérgica é uma doença crônica, que não possui cura, mas é possível prevenir as crises com algumas medidas simples que podem trazer excelentes resultados. Para o tratamento é essencial evitar o contato com os alérgenos, substâncias que desencadeiam a crise de rinite.
- Siga uma rotina de limpeza constante, evitando o acúmulo de poeira. Utilize máscara e luvas durante a limpeza.
- Evite tapetes, cortinas, almofadas e brinquedos de pelúcia, que acumulam pó. Se não for possível, prefira tecidos mais leves e tapetes menos felpudos.
- Lave as roupas de cama com frequência e deixe-as secando ao sol, de preferência;
- Forre colchões e travesseiros com tecido antialérgico
- Mantenha as janelas abertas sempre que for possível, isso evita o surgimento de ácaros e mofo.
Diagnóstico e Tratamento:
Em casos em que somente a higiene ambiental não foi suficiente para conter as crises, existe o tratamento medicamentoso, com medicamentos antialérgicos que aliviam os sintomas. Outra opção de tratamento são as vacinas antialérgicas, que ajudam o tornar o sistema imune tolerante aos fatores desencadeantes das crises. O tratamento em questão é chamado de imunoterapia. Segundo a ASBAI, o uso de imunoterapia controla as doenças como asma e rinite, reduzindo em mais 70% os sintomas e melhorando a qualidade de vida. A associação alerta que todo e qualquer tratamento de imunoterapia deve ser individualizado e manipulado, conforme a história clínica e os testes de alergia do paciente.
Dra. Priscilla Filippo
Médica especialista em Alergia e Imunologia pela Associação Médica Brasileira e Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.
Fontes:
Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia: www.asbai.org.br
Fundação Otorrinolaringologia: www.forl.org.br
http://www.aborlccf.org.br/consensos/Consenso_sobre_Rinite-SP-2014-08.pdf