Transtornos alimentares na infância e adolescência podem levar a óbito

15/8/2016        

 

COMPREENDA SOBRE A ANOREXIA E SOBRE AS SUAS DUAS FORMAS DE MANIFESTAÇÃO

 
Infelizmente, cada vez mais crianças e adolescentes têm apresentado transtornos alimentares. Mas, afinal, o que gera este problema?
 
A psicóloga infantil, Bárbara Catarina, explica que não há uma causa exata e que estes transtornos são uma combinação de fatores sociais com fatores biológicos. Problemas emocionais geralmente estão ligados aos transtornos alimentares como: excesso de ansiedade, irritabilidade, excesso de medo sobre como o corpo vai ficar: “Tudo isso pode acontecer e pessoas que sofrem de males como a depressão, transtornos mais graves de ansiedade que se relacionam com quadros psiquiátricos, estão mais aptas a desenvolver estes problemas”.
 
A especialista esclarece que nem todo mundo que sofre de ansiedade, angústia, medo, dentre outras sensações, vai desenvolver transtornos alimentares, mas cada vez mais as pessoas têm utilizado a comida como uma fuga de sentimentos, como quando a pessoa sente uma sensação de vazio, tristeza, angústia e geralmente recorre à comida para saciar:

“E qual é o grande erro? A gente só consegue se sentir satisfeito e feliz quando ingere algum alimento e assim, a pessoa não consegue mais controlar essas sensações, o que é muito arriscado. Algumas pessoas dizem “Mas isso só acontece quando estou de TPM”, mas aí outras justificativas podem surgir e então percebe-se que em todas as situações de frustração emocional, a comida está sendo utilizada.”
 
De acordo com a matéria ‘Vício em comer’ é desculpa para justificar falta de autocontrole, diz especialista, o termo “vício de comer” é comparado ao vício em drogas e não se trata do comportamento das pessoas que comem excessivamente, mas está relacionado a uma patologia.
 
“A maioria das pessoas hoje utiliza a comida para se encontrar e isso é uma questão que merece ser questionada “por que tem ser comida?”, é interessante se encontrar e se alimentar, mas o que não se pode é associar a comida à única consequência boa para que haja diversão e sensação de bem-estar”, alerta a psicóloga Bárbara Catarina.
 
Um dos males mais recorrentes entre crianças e adolescentes, principalmente entre as meninas, é a anorexia. A especialista explica que a anorexia é o desejo pela magreza, que leva a um comportamento alimentar monótono e ritualizado e à extrema perda de peso. Essa monotonia ocorre porque em geral, começa-se a se criar uma obsessão pela comida e sempre haverá um ritual para acompanhar essa obsessão: “A pessoa fica obcecada pelas calorias que ingere e como lidará com isso e aí cada vez se alimenta menos porque cada vez mais é preciso perder o peso que ela acha que vai ganhar imediatamente ao se alimentar”.
 
A médica esclarece que a anorexia pode se apresentar de duas maneiras, embora geralmente seja tratada como anorexia nervosa com fundo emocional. Há duas formas da doença: anorexia restritiva e purgativa. A anorexia restritiva é o tipo clássico em que a pessoa deixa de se alimentar, porque o alimento se transforma em vilão e em causador de problemas. É a ausência de alimentos:

“A anorexia purgativa é muito parecida com a restritiva, mas ela é associada a uma compulsão, então, às vezes, a pessoa fica muito tempo sem comer, vem uma compulsão em que a pessoa come tudo que vier à frente e aí ela se utiliza de algum laxante ou produz o vômito, mas esse ainda é um quadro anoréxico que não pode ser enquadrado em bulimia.”
 
De acordo com o artigo Transtornos alimentares na infância e adolescência, a bulimia nervosa (BN) é classificada como método compensatório que pode ser purgativo ou não purgativo. Há uma relação de compulsão alimentar, seguida pelo sentimento de culpa e pelo abuso de laxantes, diuréticos e pelo ato de provocar o próprio vômito. O subtipo não purgativo é aquele em que a pessoa abusa da atividade física intensa e dos períodos em jejum.
 
A psicóloga destaca que um em cada dez casos de anorexia entre crianças e adolescentes, pode levar ao óbito: “É muito grave, leva a consequências muito sérias e na infância e adolescência isso é ainda pior, porque a criança ainda está se desenvolvendo e se ela não ingere a quantidade mínima de vitaminas, de nutrientes, para crescer, isso leva ao óbito”.
 
É fundamental que os pais fiquem atentos em relação aos hábitos alimentares e ao comportamento de seus filhos em relação à aparência. A maneira mais eficaz de evitar graves consequências é por meio da prevenção e a melhor maneira de prevenir é observar.


 
 
 
Bárbara Catarina – Psicóloga Infantil
Fanpage: www.facebook.com/psibarbaracatarina
Site: barbaracatarina.com.br

 
 
 
 
Fontes
 
Congresso de Alimentação e Hábitos Saudáveis na Infância.
 
‘Vício em comer’ é desculpa para justificar falta de autocontrole, diz especialista. BBC Brasil: www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/10/131007_vicio_comer_jp
 
Transtornos alimentares na infância e adolescência. Realizado por: Juliana de Abreu Gonçalves (et al.): www.scielo.br/pdf/rpp/v31n1/17.pdf
 



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