COMPREENDA SOBRE OS SINTOMAS E TRATAMENTO
O especialista em Alergia e em Imunologia Clínica, Luis Felipe Ensina, explica que a urticária é caracterizada pelo aparecimento de placas, vergões, pápulas (manchas vermelhas e elevadas), que aparecem e desaparecem em minutos ou horas, sem deixar marcas. Podem surgir em qualquer parte do corpo, acompanhadas de coceira intensa:
“Pode se manifestar também através do angioedema, um inchaço súbito e deformante que acomete lábios, língua, pálpebras, genitais e demora de 24 a 48 horas para desaparecer, sem coceira, mas com sensação dolorosa”.
De acordo com a pesquisa Urticária e doenças sistêmicas, a urticária é uma doença que acomete de 15% a 25% dos indivíduos da população em geral, em algum momento da vida. E dentre os paciente com urticária, 50% terão a doença por pelo menos um ano e 20% além de vinte anos.
Segundo o artigo, a urticária pode ser classificada como urticária crônica (UC), que surge pelo menos quatro vezes por semana em um período inferior a seis semanas. Já a urticária aguda (UA), costuma ser mais frequente em crianças e em adultos jovens, enquanto que a UC ocorre geralmente em pessoas de meia idade.
O estudo Reações de hipersensibilidade a medicamentos, esclarece que a urticária e angioedema podem ocorrer de maneira isolada ou como parte de reação imediata generalizada, como é o caso da anafilaxia e da doença do soro. Esses males manifestam-se por meio de urticas grandes, geralmente permanecendo por poucas horas no mesmo local. Dentre as causas mais frequentes, a pesquisa salienta a administração dos antibióticos como radical ß-lactâmico, com ênfase para as penicilinas. Já os AINE (anti-inflamatórios não-esteroidais), podem causar urticária por mecanismo não imuno-imediato. Acredita-se que 20% a 40% dos pacientes com urticária crônica idiopática apresentam intolerância aos AINEs.
“Os antiinflamatórios não-esteroidais são os principais responsáveis por urticárias agudas e angioedema de causa conhecida no Brasil. Outros medicamentos como antibióticos também causam urticária com certa frequência, e anti-hipertensivos causam angioedema”, explica o médico.
O especialista esclarece que o diagnóstico de urticária e angioedema é clínico, através da história do paciente e do exame físico, e o tratamento é baseado principalmente no uso de antialérgicos (anti-histamínicos) modernos de segunda geração. Já em casos refratários (resistentes) aos anti-histamínicos em doses altas (até quatro vezes a dose habitual), a ciclosporina e o omalizumab são as medicações com melhores evidências para a eficácia e segurança.
O alergista destaca que o edema de glote pode ocorrer, mas não é comum: “Geralmente ele não é muito rápido, exceto nos casos de anafilaxia. O procedimento é dirigir-se imediatamente ao pronto-socorro mais próximo.”
Em casos de manifestação de urticária por conta de determinado alimento, o médico esclarece que em adultos, os alimentos que mais costumam desencadear o problema são: sementes (amendoim, nozes, castanhas), peixes e frutos do mar. No caso das crianças, os alimentos são: leite, ovo, trigo, soja e amendoim.
O importante é que em casos de urticária crônica, é possível por meio de tratamento adequado ter qualidade de vida.
“Hoje temos a possibilidade de oferecer um tratamento eficiente para mais de 95% dos pacientes, com nenhum ou quase nenhum efeito adverso”, finaliza.
Dr. Luis Felipe Ensina é especialista em Alergia e Imunologia Clínica, com linha de pesquisa em Urticária, Anafilaxia e Alergia a Medicamentos.
Fontes
Reações de hipersensibilidade a medicamentos. Realizado por: Luis Felipe Ensina; Fátima Rodrigues Fernandes; Giovanni Di Gesu3 Maria Fernanda Malaman; Maria Letícia Chavarria; Luiz Antonio Guerra Bernd: www.asbai.org.br/revistas/Vol322/ART%202-09%20-%20GP%20-%20Rea%C3%A7%C3%B5es%20de%20Hipersensibilidade%20a%20Medicamentos%20-%20parte%20I.pdf
Urticária e doenças sistêmicas. Realizado por: R. F. J. Criado; P. R. Criado; J. A. de S. Sittart, M. C. Pires; J. F. de Mello; W. T. Aun: www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42301999000400012&script=sci_arttext