O desconforto é muito comum entre as mulheres que passam pela menopausa ou fazem o uso de anticoncepcionais
Sentir dor durante o ato sexual é um incômodo que atinge boa parte das mulheres. A penetração torna-se dolorosa e as causas para esse sintomas são multifatoriais. A dispareunia é a denominação médica para essa enfermidade que têm relações tanto com questões orgânicas, como também implicações emocionais.
Pesquisa realizada em 2008 pela Revista Menopause afirma que 40% das mulheres já sofreram do distúrbio. Especialistas responsáveis pelo estudo salientam que boa parte das pacientes identificam o incômodo, mas não procuram ajuda médica por algum tipo de receio ou mesmo ausência de autoconhecimento sobre o corpo.
A revista Brasileira de Ginecologia em estudo cita que 4.753 ginecologistas indicam a queda da libido e do desejo sexual entre as principais queixas do público feminino em consultório.
A ginecologista Dra. Rosa Maria Neme e diretora do Centro de Endometriose de São Paulo diz que é importante identificar que há dois tipos de dispareunia, sendo a de penetração e a de profundidade. “As causas são variadas, como infecções genitais, septo vaginal, endometriose, por exemplo. O tratamento é específico para cada tipo de afecção”, completa.
Os sintomas mais comuns da dispareunia inclui: ardor ou queimadura aguda ao sentir a penetração; incômodo no início da penetração ainda na primeira seção do canal da vagina ou diante das penetrações profundas.
A complicação é comum em mulheres após a menopausa
Decorrente das transições hormonais, sobretudo a queda do hormônio feminino estrogênio a penetração durante o ato sexual pode ser dificultada, visto que a vagina neste período apresenta maior secura. O estrogênio é também relacionado à lubrificação natural da vagina e diante do declínio do hormônio na menopausa altera a produção da proteína do colágeno e afeta a composição saudável do tecido.
“A falta de libido pode acontecer em situações de estresse excessivo, uso de pílulas contraceptivas ou durante o período da menopausa. O tratamento indicado para esses casos é a medicação à base de testosterona em baixas doses”, orienta a médica.
O que pode acometer o desconforto durante o ato sexual?
Estudo publicado pela Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia aponta as principais causas para o desconforto sexual entre as mulheres:
Disfunções sexuais: a dispareunia pode acometer mulheres principalmente com o aumento da idade, assim como a ausência de desejo em
relacionamentos de longa duração;
Fatores psicológicos: depressão e distúrbios psíquicos têm forte relação com a saúde sexual. Trauma por violência sexual, tensões no trabalho, complicações na vida conjugal com o parceiro e baixa autoestima são situações que afetam a libido entre as mulheres;
Ingestão de medicamentos: os anticoncepcionais podem diminuir a presença dos hormônios andrógenos que são relacionados com a função sexual. Principalmente os contraceptivos com baixa concentração de estrógenos podem dificultar a lubrificação e alterar a elasticidade da parede vaginal, o que causa desconforto e dor conhecido na área médica como a dispareunia. Os antidepressivos - em alguns casos-, apresentam disfunção sexual, mais especificamente os inibidores do transporte da serotonina.
Ao notar qualquer incômodo durante a atividade sexual procure o médico ginecologista. Este é um momento de intimidade, troca de prazer e afeto com o companheiro. Não ignore o mal estar e enxergue o sexo como um setor importante para a sua saúde física e emocional.
Referências:
Dispareunia: quando o sexo se torna um tormento:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/05/150512_dispareunia_dor_sexo_lgb
Revista Brasileira de Ginecologia- Abordagem das Disfunções Sexuais Femininas:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032008000600008&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
Dra. Rosa Maria Neme, Ginecologista (CRM-SP 87.844)
Diretora do Centro de Endometriose São Paulo
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