Castanha do Pará traz benefícios para saúde da tireoide

4/4/2016        

Quem sofre de hipotireoidismo deve evitar o consumo de soja, excesso de sal, couve e nabo na alimentação, alerta endocrinologista


O hipotireoidismo é uma complicação que afeta principalmente as mulheres. Os hormônios tireoidianos são responsáveis por administrar inúmeras células do corpo, assim como o movimento peristáltico do intestino. A glândula tireoide atua na produção dos hormônios denominados de T3 e T4 com o auxílio da absorção do iodo, substância presente em diversos alimentos, como próprio sal de cozinha. 

O hipotireoidismo é diagnosticado através dos exames de rotina e de acordo com estudo realizado pela Faculdade de Medicina de Marília (Famema) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) a prevalência da implicação na população brasileira é de 9%. 

A endocrinologista e especialista em metabologia Dra. Patrícia Gracitelli explica que o hipotireoidismo é uma doença decorrente da diminuição da produção de hormônios da tireoide (T3 – triiodotironina – e T4 – tiroxina), essenciais para as funções de todo o organismo. Essa implicação pode ocorrer em idades variadas, porém há maiores incidências em mulheres. De acordo com a especialista não há associação entre a obesidade e o hipotireoidismo: “Pode ocorrer um leve ganho de peso por diminuição do metabolismo e retenção de líquidos, em casos mais graves”, conclui. 

A médica lista quais os principais sintomas apresentados pelo hipotireoidismo e a frequência com que ocorrem:
 

  • Fraqueza (99%)

  • Alterações cutâneas (99%)                                                                     

  • Pele seca (97%)

  • Letargia (91%)

  • Fala lenta (91%)

  • Edema palpebral (90%)

  • Frio (89%)

  • Edema de face (79%)

  • Palidez (67%)

  • Esquecimento (66%)

  • Constipação (61%)

  • Ganho de peso (59%)

  • Edema (55%)

  • Anorexia (52%)

 
 



Iodo deve ser consumido com cautela


O iodo é uma substância valiosa para as funções saudáveis dos hormônios da tireoide, por outro lado, estudos apontam os malefícios causados pelo consumo de altas doses da substância na alimentação. “No caso da alimentação para pessoas predispostas ao hipotireoidismo (que tenham parentes afetados), deve-se evitar o consumo excessivo de sal, por conter iodo que está presente na formação dos hormônios tireoideanos”, adverte a endocrinologista. 

O excesso de iodo no organismo pode causar a Tireoidite de Hashimoto, doença autoimune responsável por fazer com que organismo produza anticorpos contra a glândula tireoide, o que pode causar inflamação crônica e o aumento do volume, conhecido como bócio. Estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) aponta que 82 indivíduos dos 420 participantes da pesquisa apresentaram a Tireoide de Hashimoto e a concentração de iodo encontrada na urina ultrapassou o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que são 300 microgramas de iodo por litro. 
 
A especialista alerta que indivíduos que têm hipotireoidismo deve evitar inserir na alimentação alimentos ricos em isoflavanas: “Em grande quantidade podem aumentar o tamanho da tireoide, como repolho, nabo, soja e couve, que não devem ser ingeridos todos os dias. E há alguns estudos relacionando o consumo excessivo de soja e produtos derivados da soja com a indução do hipotireoidismo”, acrescenta. 
 

Estudo avalia benefícios da Castanha do Pará para o tratamento do hipotireoidismo 

 
Pesquisa de doutorado defendida pelo médico endocrinologista Cley Rocha Farias sugere que o selênio encontrado na castanha pode ajudar pacientes que sofrem de hipotireoidismo. A substância é comumente semeada nos solos das regiões Norte e Nordeste do Brasil. De acordo com o estudo realizado pelo médico o selênio é uma substância rica em antioxidantes que agem no combate aos anticorpos que danificam as células da tireoide. 
 
O especialista pontua que a eficiência da substância pode ser melhor para determinadas pessoas com genes específicos. Ao terminar os estudos após três meses de suplementação os anticorpos foram reduzidos em 5% e com 6 meses alcançou 24%. Para obter bons resultados o médico indica o uso do selênio orgânico, o mesmo aplicado no estudo ou o consumo de duas castanhas do Pará ao dia para pacientes que possuem hipotireoidismo. É importante ressaltar que o hipotireoidismo é diagnosticado somente por meio de exames de rotina, não deixe de acompanhar a sua saúde e prevenir. Leia também: Selênio, Zinco, Vitamina E, alto poder desintoxicante
 
Referências:

http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/tireoide-desequilibrio-hormonal-pode-levar-a-hipo-ou-hipertireoidismo.htm

 
http://www.usp.br/aun/exibir?id=6657

Dra. Patrícia Gracitelli 
Especialista em Endocrinologia e Metabologia
CRM 113018
 

www.drapatricia.com

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