“Geralmente possuem entre 70% a 90% de açúcar em sua composição. É importante ver no rótulo a quantidade de carboidratos”, recomenda nutrólogo
A epidemia de obesidade que vem ganhando o mundo não afeta somente aos adultos, como também as crianças. A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta quanto ao crescimento da obesidade infantil e estudos recentes divulgaram que os casos de obesidade mais que dobraram entre os anos de 1980 e 2008.
Sociedades médicas americanas, britânicas e canadenses lançaram a campanha “Action on Sugar” para conscientização do consumo excessivo do açúcar, sobretudo entre as crianças. Cereais matinais, comidas prontas e, principalmente, as bebidas destinadas ao público infantil, apresentam a adição excessiva do açúcar.
O nutrólogo, Alexander Gomes, alerta em relação aos achocolatados, bebida presente diariamente na alimentação das crianças de faixa etária variada. “Os achocolatados geralmente possuem entre 70% a 90% de açúcar em sua composição. É importante ver no rótulo a quantidade de carboidratos”, informa. O médico salienta que outras denominações presentes no rótulo também possuem relação com o açúcar, como: açúcar cristal, xarope, mel, melado, dextrose, maltose e concentrados de frutas.
De acordo com o especialista o açúcar é um alimento sem nenhum valor nutricional e está entre as principais causas da obesidade no mundo. “Eleva rapidamente os níveis da glicose (açúcar) no sangue, e isso a longo prazo, pode acometer a diabetes e a obesidade. Quem ingere mais açúcar que o necessário acaba armazenando a substância sob a forma de gordura”, alerta.
Observe informações no rótulo
Para evitar oferecer ao seu filho opções açucaradas e menos saudáveis o médico recomenda observar sempre os rótulos e identificar a porcentagem de açúcar e
outras substâncias que também são sinônimos.
“É importante ressaltar que o açúcar é uma substância viciante, e além de não ter praticamente nenhum nutriente, pode eliminar o cálcio do organismo”, adverte.
Para substituir o consumo dos achocolatados comuns o especialista recomenda inserir na rotina alimentar as bebidas lácteas, pois possuem bom valor nutricional e oferece nutrientes ao organismo.
Adoçar mamadeiras é um ato perigoso
Em meio há inúmeras informações a respeito dos problemas causados pelo consumo do açúcar, há mães que ainda possuem o hábito de adicionar açúcar na mamadeira do filho. “Isso é um erro muito grande, os pais que fazem isso estão envenenando seus filhos gradualmente. As crianças podem ficar mais doentes, obesas e hiperativas, em curto ou longo prazo”, adverte o nutrólogo. O especialista ressalta que ao nascer a criança ainda não possui o paladar formado, ou seja, não sabe distinguir sabores.
“Ao adoçar a mamadeira, os pais estarão acostumando e “viciando” seu filho no paladar doce do açúcar. O açúcar pode afetar mensageiros químicos no cérebro (serotonina e dopamina) que dão sensação de prazer, bem-estar e recompensa respectivamente, e isso pode viciar”, alerta.
Alimentação é importante desde a gestação
Não só quando o bebê nasce, mas também durante a sua formação é imprescindível que a mãe adote hábitos alimentares saudáveis. O médico recomenda os cuidados desde a vida intra-uterina, pois o que a gestante irá ingerir pode influenciar de forma negativa ou positiva na saúde da criança.
“Pesquisas mundiais demonstraram que bebês nascidos de mães que consumiram uma boa quantidade de óleo de peixe (omega-3), vitaminas e minerais na gestação, são mais inteligentes e saudáveis que crianças de mães com alimentação pobre nesses nutrientes”, pontua.
A educação alimentar se faz necessária desde a tenra idade. Evitar o consumo do açúcar no hábito alimentar da criança é o primeiro passo no combate a obesidade infantil, um tema de saúde pública preocupante mundialmente. “Uma boa alimentação pode influenciar na inteligência e na saúde de crianças e adultos, portanto a educação alimentar é fundamental para o futuro do país”, completa o médico.
Segue algumas dicas do nutrólogo, Dr. Alexander Gomes:
• Fracionar refeições.
• Comer 3 porções de frutas por dia.
• Aumentar o consumo de verduras e legumes.
• Diminuir o consumo de carnes e gorduras.
• Aumentar o consumo de peixes.
• Aumentar o consumo de água e fibras.
• Comer ao menos duas porções de lácteos/dia.
• Uso de suplementos alimentares (bebida láctea) de duas a três vezes por semana, “se necessário”.
• Diminuir o consumo de alimentos “vazios” como sal, açúcar, doces, refrigerantes, pão branco, molhos prontos, fast-foods, biscoitos e bolachas.
Participação do médico nutrólogo Alexander Gomes
Atua como escritor e palestrante
Referências:
http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/excesso-de-acucar-na-mira-de-campanha-contra-obesidade-11259757
