Por que o meu filho ainda não fala?

30/3/2016        

 

Fonoaudióloga comenta que é comum os pais realizarem comparações, mas não estimular adequadamente

 

O desenvolvimento da linguagem e da fala na infância se apresenta de formas variadas. Algumas crianças têm dificuldades e quando não é associado a nenhum tipo de deficiência, vale o alerta em relação a outras implicações, como a ausência de interação e estímulos. Pesquisa realizada pelas universidades de Whashington e Connecticut, nos Estados Unidos, aponta que a comunicação verbal entre os pais e o bebê pode intensificar o aprendizado da linguagem e estimular o vocábulo.

A fonoaudióloga e pedagoga Sheila Leal comenta que o diálogo entre os pais e o filho está entre os fatores principais de quando tratamos do desenvolvimento da fala e linguagem das crianças: “Uma das primeiras questões para avaliar é o contexto familiar, portanto, pergunto quantas televisões a residência possui, aonde todo mundo costuma se alimentar, por exemplo”. De acordo com a especialista essa identificação é necessária para avaliar individualmente a criança: “A partir daí vamos perceber qual é o potencial que a criança possui, quais são as habilidades que precisa desenvolver e o mais importante: o que já foi estimulado”, conclui.

Para melhor compreensão a especialista comenta que a fala é motora, ou seja, possui movimentos em que são elaboradas vibrações. “A criança ela pode ter um desenvolvimento da fala, mas pode não ter a compreensão da linguagem”, acrescenta. A linguagem é a capacidade de compreensão, entendimento e de expressar o que sente. “É chamada de área de Wernicke que possui a linguagem verbal (oral e escrita) e a linguagem não verbal (gestos desenhos)”, explica.

Por que interagir com os bebês?

A pedagoga diz que é comum os pais depositarem ansiedade no desenvolvimento do filho e realizar comparações: “É preciso primeiramente avaliar se a criança é estimulada no dia a dia. Um bebê de 6 meses que a mãe não conversa, não cria a empatia e a afetividade pode apresentar retardo na linguagem e fala, quando comparamos com a criança que recebe frequentemente os estímulos”, pontua. A médica recomenda cantar para criança e realizar brincadeiras variadas, até mesmo com fantoches. Para saber mais leia: O seu bebê é preguiçoso para falar?.

Atenção aos aspectos biológicos

Para o desenvolvimento da fala e da linguagem a especialista orienta sobre a observação das funções dos órgãos, como uma visão adequada e os aspectos fonoarticulatórios. Um adendo citado pela médica são as crianças que costumam alimentar-se somente de papas e alimentos amassados: “O bebê pode apresentar uma fala comprometida, porque não estimulou todas as questões funcionais necessárias para a deglutição saudável”, acrescenta.

A audição é um fator importante para o desenvolvimento da linguagem. Quando a criança apresentar sintomas de otite frequentemente por volta dos 9 meses  a médica indica o acompanhamento. “Para esses casos solicito que os pais refaçam novamente uma audiometria detalhada para que a tenhamos certeza de que esse aspecto auditivo está controlado e a linguagem se reproduza de forma eficiente”, recomenda. Leia também: Deficiência auditiva, é possível desenvolver a linguagem oral?.

 

Referências:

Conautismo-Comgresso Nacional de Autismo: http://www.conautismo.com.br/

Revista Crescer: http://revistacrescer.globo.com/Bebes/Desenvolvimento/noticia/2014/01/falar-igual-ao-bebe-acelera-desenvolvimento-da-linguagem.html

Sheila Leal, Fonoaudióloga, Psicopedagoga

Especialista em Dislexia pela ABD, trabalha há 14 anos na área clínica e escolar

 



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