Obesidade infantil: uma ameaça à infância

21/7/2016        

 

ALGUMAS ALTERAÇÕES NA SAÚDE PODEM DESENCADEAR EM OBESIDADE NA CRIANÇA

 
 
A matéria A infância hoje: embalada pelo “terror” da obesidade, destaca que comportamentos errôneos alimentares estão diretamente ligados à obesidade infantil e que um dos principais erros cometidos pelos pais é acreditar que os bebês sentem vontade por determinado alimento, isso porque a criança sequer conhece o alimento, e por isso, não pode sentir desejo por aquilo que ainda não experimentou. Outro erro é achar que a criança pode comer a todo momento, pois assim como ocorre com os adultos, os bebês têm mecanismo de saciedade e a necessidade e quantidade de alimento é completamente diferente de uma pessoa adulta.
 
A pediatra e endocrinologista infantil, Andreza Juliani, esclarece que as causas mais comuns da obesidade infantil são os tempos atuais, em que as pessoas não saem frequentemente de casa, assistem muita televisão, ingerem muitos alimentos hipercalóricos, têm uma relação desequilibrada com o tempo de sono (crianças têm dormido cada vez menos), a vida em áreas urbanas, entre outras alterações:
 
Antigamente, as crianças brincavam muito na rua, hoje em dia os pais precisam pedir às crianças para saírem do computador, então isso gera um gasto energético menor do que se a criança estivesse brincando.”
 
A matéria A relação da publicidade infantil com a obesidade, destaca o estímulo ao consumismo infantil como um dos fatores ambientais que propiciam a obesidade. A questão em torno da publicidade voltada ao público infantil foi discutida em julho do ano passado por meio do projeto de lei 5.921/2001, que visa a restrição do direcionamento de propagandas a crianças.
 
A especialista ressalta que outro fator que pode desencadear a obesidade infantil são os disruptores endócrinos: “Estudos já realizados mostraram que em populações e animais que são submetidos a algum poluente, pode haver alterações em relação ao Índice de Massa Corporal. Em centros urbanos, esse risco é maior”.
 
A médica explica que a flora intestinal também pode ter relação com a obesidade, mas que estudos científicos em torno do assunto não apontam com exatidão qual a causa ou consequência dessas alterações: 
 
“Sabe-se que os obesos têm algumas bactérias dentro do intestino deles, diferentes das pessoas que são magras e essas bactérias, conseguem metabolizar melhor e acabam absorvendo mais calorias do que seria normal se houvesse uma microbiota preservada.”
 
A pediatra destaca a questão do nascimento como fator importante para prevenir distúrbios intestinais na criança, já que quando a criança nasce de parto normal, já tem em sua composição corpórea a microbiota vaginal da mãe, que é protetora e além do parto, a especialista destaca que a amamentação também fornece todas essas bactérias da flora da mãe que também protegem o bebê e o ajudam a ter uma microbiota intestinal saudável.
 
O sono inadequado também pode vir a desencadear a obesidade. A médica esclarece que o débito de sono é um ciclo em que a pessoa não dorme mais, come mais, produz menos leptina (hormônio da saciedade), os níveis de grelina são aumentados (hormônio produzido no estômago e que induz à fome): “Assim como vários outros hormônios sofrem alterações, então por isso é um ciclo. Hoje em dia, grande parte das crianças fica até tarde acordada e acaba se alimentando mal e sofrendo com a privação de sono".
 
Em caso de criança acima do peso, é fundamental que os pais prestem atenção nos hábitos do filho e que não se percam em “achismos”, mas que procurem auxílio médico:
 
“Se seu filho está acima do peso, o que é preciso gravar e raciocinar? É uma criança normal que teve um desenvolvimento normal, que está indo bem na escola, não teve nenhuma intercorrência mais séria durante a fase perinatal? Então provavelmente se não houve nenhuma alteração deste tipo, então se trata de uma obesidade exógena (fatores externos envolvidos), por excesso de consumo energético e pouco gasto calórico.”
 
A especialista também acrescenta que em casos em que a criança apresente alguma alteração, como problemas no crescimento e quando examinada, apresente um nível de crescimento menor do que o esperado e um peso excessivamente elevado, pode haver alguma doença relacionada: “Para o especialista, é fundamental analisar a criança, observar se há alguma característica de alguma síndrome, se não houver, é importante a solicitação de exames hormonais, para confirmar se essa criança tem ou não, obesidade causada por algum motivo genético”.
 
Busque conhecimento sobre o assunto e procure sempre observar a saúde do seu filho(a).

 
 
 
 
Dra. Andreza Juliani – Pediatra e endocrinologista infantil 
Fanpage: www.facebook.com/DRAANDREZAJULIANIGILIO
Site: www.doutoraandreza.com.br
 
 
 
 
Fontes
 
Congresso de Alimentação e Hábitos Saudáveis na Infância.
 
A infância hoje: embalada pelo “terror” da obesidade. Portal Sare: www.sare.com.br/saude-entrevista/infancia-hoje-embalada-pelo-terror-da-obesidade
 
A relação da publicidade infantil com a obesidade. Portal Sare: www.sare.com.br/comportamento/a-relacao-da-publicidade-infantil-com-a-obesidade

 



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