Quem disse que pouca memória é inerente aos idosos? Atualmente, é cada vez mais comum nos depararmos com jovens com dificuldade de memorização que vai desde tarefas simples do dia a dia até na hora dos estudos, quando vem à tona o famoso “branco”. A especialista em neuropsicologia Anne Tarine explica que as implicações na memória podem acometer indivíduos de diversas idades por razões variadas:
“A perda da memória pode ser provocada pelo próprio organismo (transtornos genéticos) como em lesões adquiridas (acidentes) ou doenças neurodegenerativas .Agora, se não há nenhum desses fatores contribuindo para a dificuldade de memória, existe uma grande chance de serem fatores como depressão, ansiedade e estresse interferindo”, alerta a psicóloga.
Estudos revelam que o estresse e a ansiedade são os principais inimigos da boa memória. Para explicar essa reação pesquisadores sugerem ser decorrente da produção do hormônio relacionado ao estresse o cortisol que em excesso pode diminuir o hipocampo, uma região primordial do cérebro em que guardamos os nossos conhecimentos. Leia também: Mau uso de antidepressivos pode causar perda de memória.
Em meio a tanta correria e as atividades inevitáveis da era atual, como ainda preservar a nossa valiosa memória? A psicóloga comenta que é muito comum receber no consultório pacientes que reclamam da memória e dificuldade de atenção: “Nem sempre essas queixas estão associadas à perda de cognição, mas aos aspectos psicológicos como a ansiedade, depressão e estresse influenciando no funcionamento adequado dessas atividades”, completa.
Dica valiosa para cuidar da memória
Cientistas levantam a possibilidade da atividade física ser uma excelente aliada para saúde da memória, pois além de combater a hipertensão, o diabetes e proporcionar inúmeros benefícios para saúde de quebra libera substâncias químicas primordiais para proteção dos neurônios.
Além de praticar exercícios não descarte o aprendizado contínuo. Diversas pesquisas evidenciam os ganhos cognitivos proporcionados quando o indivíduo se permite ao aprendizado de novas atividades e até hobbies, como oficina de bordado, fotografia, entre outros. As alterações são visualizadas através dos exames de imagens e estudiosos identificam alterações no volume do hipocampo.
“Para termos um bom funcionamento do nosso cérebro é de extrema importância que tenhamos uma boa qualidade do sono, alimentação e exercício físico. Além disso, é sempre importante que tenhamos hábitos de leitura, escrita ou qualquer atividade que exercite nossa cognição (atenção, memória, linguagem, entre outras)”, recomenda a médica. Confira: Estresse no trabalho: atente-se aos sinais do seu corpo.
Existem recomendações para contribuir para saúde mental e memória dos idosos e a principal delas é sempre buscar novas atividades, sejam elas físicas, recreativas ou hobbies. De acordo com especialistas é importante que o idoso estimule o cérebro com atividades que não praticou ao decorrer da vida. Por exemplo, se o idoso foi professor e leu a vida inteira, é importante mudar esse hábito, praticar exercício físico e desenvolver novas habilidades.
Não só a idade, o estresse e o cansaço podem afetar a eficiência da memória. A alimentação possui tarefa importante para a saúde das funções cerebrais. Uma dieta deficiente implica diretamente no desempenho e agilidade cerebral, como exemplo entre os nutrientes mais importantes está o ômega-3. Invista em alimentos ricos na vitamina, como peixes, oleaginosas, sementes, como: chia, linhaça e quinoa. Saiba mais aqui: Ômega-3 ingrediente indispensável na dieta. Mantenha uma alimentação sempre balanceada e saudável.
Referências:
Anne Tarine, Psicóloga clínica
Especialista em Neuropsicologia