Estar desempregado é mais saudável do que trabalhar insatisfeito, diz estudo

27/6/2016        

 

Consultora de carreira dá dicas de como ser bem sucedido profissionalmente


Quando as coisas não estão indo bem no trabalho o corpo físico emite sinais e a saúde emocional também pode ser afetada. De acordo com a pesquisa realizada pela ISMA Brasil (International Stress Management Association) 72% dos trabalhadores apresentam insatisfação, sendo que 89%  dos casos afirmam a ausência de reconhecimento como a principal queixa. 
 
Mas o que implica nessa insatisfação profissional e quais fatores poderiam contribuir para um ambiente de trabalho saudável e feliz? Vania Ferrari é consultora e especialista em Treinamento e Desenvolvimento Organizacional, diz que hoje as empresas já identificam que um profissional feliz é mais produtivo, além de valorizar a importância da saúde emocional dos seus colaboradores. 
 
“A liderança é orientada a ser mais próxima e mais servidora. Com isso, temos profissionais mais engajados, mais cientes do seu papel na organização e livres para criar soluções novas para problemas antigos”, acrescenta.  
 
 
A especialista explica que os funcionários que ainda possuem características da “era industrial”, que não identificaram que o trabalho pode ser fonte de inspiração, prazer e crescimento, tende a apresentar insatisfação e prosseguir trabalhando de forma automática. 
 

Estar desempregado pode ser um alívio e ativar a criatividade

 
Em meio ao desânimo no ambiente corporativo o trabalho informal é visto como solução diante do desemprego e vem ganhando adeptos, tornando-se uma fonte de prazer. Cientistas australianos acompanharam a trajetória de 7.155 homens e mulheres entre 20 e 55 anos de idade, o que foi constatado é que ficar desempregado, seja por vontade própria, ou por demissão aumenta a felicidade entre as pessoas. Os pesquisadores concluíram que o emprego ruim torna-se ainda pior do que o desemprego, pois ao contornar a questão financeira o emprego desagradável é desvantajoso para saúde emocional. 
 
 

Os pontos fracos da nova geração

 
Mas ao questionar os motivos que levam à insatisfação no ambiente coorporativo a consultora ressalta que a imaturidade e o cenário atual podem ser considerados. “A maioria conhece seus direitos, mas não cumpre seus deveres, fruto de uma geração que não passou pelas dificuldades que seus pais passaram”, conclui. Para a especialista as principais causas para a infelicidade no ambiente de trabalho é a ausência de propósitos na carreira e a falta de consciência dos papéis na sociedade. 
 


Família é fonte de motivação 

 
Quando tratamentos da satisfação e felicidade no ambiente de trabalho, de acordo com a consultora, a família como parte integrante da formação deve ser considerada. Para a especialista os pais possuem a tarefa de conscientizar o filho sobre o seu papel e importância social, visto que são os primeiros educadores que temos o contato. A escritora cita a importância de conscientizar sobre as questões ambientais e incluir papéis ativistas que visam além dos próprios interesses
 
“O egoísmo e a falta de compaixão, geram as guerras, as lutas políticas no governo e nas empresas e o desejo desenfreado de poder. O indivíduo que está transformando o mundo e as empresas é aquele que tem empatia e compaixão. É grato e tem compromisso com os pais ou quem o criou”, disserta. 
 
 

 

Como manter a inspiração e felicidade no trabalho?

 
A palestrante afirma já ter atuado ao lado de grandes profissionais do mercado de trabalho e que cada um deles contribuiu para sua formação ao longo dos 29 anos de experiência nas organizações. Trabalhou com Ricardo Semler, autor do best-seller “Virando a Própria Mesa”. “Com ele aprendi a pensar fora da caixa, a ser ousada, a acreditar que uma ideia só é válida se todos exclamarem: "Você tá louca?". O mundo precisa de modelos novos de gestão. Os que estão aí já não nos servem mais”, sinaliza. 
 
 
Vania Ferrari, especialista em Treinamento e Desenvolvimento Organizacional
Consultora, escritora e palestrante



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